Como o exercício melhora o açucar no sangue em pacientes diabéticos?

Olá caros leitores.

Hoje vou explicar como o exercício pode melhorar o açucar no sangue, melhorando o controle da glicemia em pacientes diabéticos.

A insulina é um hormônio essencial para estimular a captação de glicose pelos tecidos (músculos, por exemplo) no repouso e após as refeições, restaurando as reservas energéticas do organismo e contribuindo para diminuição e controle da glicemia no sangue.

Esse hormônio está com sua sinalização comprometida no diabetes, resultando em diminuição da capacidade do organismo em captar glicose (açúcar) e, consequentemente, ocorre a permanência dessa glicose no sangue (hiperglicemia crônica), o que leva a diversas complicações.

Um dos grandes benefícios do exercício físico para o DM2 é que durante a contração muscular, a glicose é captada pelo músculo independentemente da presença ou ação da insulina. Em outras palavras, conforme o exercício é realizado, a glicose sanguínea contribui para geração de energia na musculatura, permancecendo alta sua a captação por horas após a atividade física, o que antes (repouso e pós alimentação) não era possível. Isso resulta em diminuição do quadro hiperglicêmico e, quando associado a uma dieta adequada e hipoglicemiantes orais controlados, forma um tratamento efetivo para o DM2.

No entanto, a ideia é que o paciente com diabetes tipo 2 exercite-se de forma regular, para que o músculo não dependa tanto da ação hormonal (insulina) na captação da glicose, pois em princípio esta ação está prejudicada. Além disso, a perda de peso resultante do exercício planejado com dieta adequada vai melhorar a sinalização da insulina, contribuindo para um melhor controle da doença.

O indivíduo com diabetes mellitus deve se exercitar em volume de treino mínimo de 150 minutos por semana para obter benefícios no controle glicêmico.

Além disso, a intensidade do exercício tem impacto na ação da insulina. Quanto maior a intensidade, melhores os efeitos. Porém, essa intensidade deve ser tolerável, dentro de um limite que ofereça segurança, evitando lesões, por conta das complicações da doença frente a recuperação das mesmas.

Apesar do exercício resistido e exercício aeróbico resultarem nos mesmos benefícios em relação ao controle glicêmico (redução semelhante no teste HBA1c), quando executados de forma combinada ou concorrente, promovem benefícios adicionais, sendo considerado pelo Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM, 2010) a melhor combinação para intervenção global nos quadros de diabetes mellitus com ênfase no tratamento do tipo 2 da doença.

Lembre-se que não existe milagre, ou seja, o exercício físico não é uma prescrição primária para a pessoa com diabetes (independentemente do tipo), devendo ser incluso e encarado como uma terapia adjunta à dieta e medicamentos no tratamento da doença.

Se você tem diabetes tipo 2, procure um personal trainer e uma nutricionista e consiga melhores resultados com o controle da sua doença.

Saúde!!